Pix para e-commerce é um esquema especialmente brasileiro de pagamento em tempo real, inclusive, é considerado inédito em sua aceitação e já representa uma importante fatia das vendas do e-commerce, trazendo ganhos significativos para as empresas.
Entre as 10 maiores economias e populações do mundo, o Brasil é uma das principais fontes de inovação em diversas áreas. Um bom exemplo é o sistema financeiro: décadas de hiperinflação criaram resiliência e uma cultura de agilidade e flexibilidade, impulsionando o desenvolvimento de soluções que simplificam o ecossistema financeiro e a movimentação de fundos de uma ponta a outra da cadeia de valor.
Em novembro de 2020, a introdução do Pix, sistema brasileiro de pagamentos em tempo real, foi um marco na modernização de um mercado que já estava bastante avançado em relação ao resto do mundo. A aceitação do esquema instantâneo foi uma bola de neve. Segundo o Banco Central do Brasil, ao final de março de 2022 havia 124,4 milhões de usuários cadastrados (entre pessoas físicas e jurídicas), que movimentaram R$ 784,7 bilhões em mais de 1,6 bilhão de transações.
E não para por aí. De acordo com um estudo internacional, estima-se que, até 2026, os pagamentos instantâneos representarão 2,08% do PIB nacional: a maior parcela de pagamentos em tempo real na economia de qualquer país do mundo.
O crescimento na adoção desse paradigma de pagamento se deve a vários fatores. Continue a leitura e confira as vantagens do Pix para e-commerce.
Principais benefícios do Pix para e-commerce
1. Geração de ganhos
De acordo com o relatório, somente em 2021, a Pix trouxe cerca de US$ 5,7 bilhões em economia para empresas e consumidores, gerando cerca de US$ 5,5 bilhões em ganhos econômicos (0,34% do PIB).
Em outras palavras, os recursos que antes eram gastos em atividades de intermediação agora liberam valor e são usados para gerar retornos econômicos para empresas e pessoas. Isso mostra que os pagamentos em tempo real são uma força de crescimento na economia.
2. Aumento na velocidade
Antes do Pix, empresas e consumidores dispunham de diversos sistemas de transações eletrônicas para transferências P2P. Os DOCs e TEDs têm limitações quanto ao horário de funcionamento e ao tempo que leva para concluir as transações, o que limita seu uso. Prova disso é que 104 instituições financeiras participam do SITRAF (sistema que regulamenta o uso desses meios de pagamento), enquanto 761 instituições financeiras adotaram o Pix.
O Pix imediatamente se tornou uma opção de pagamento em tempo real para varejo online e offline. Além disso, o desenvolvimento de uma cultura de pagamentos digitais e a velocidade das transações contribuem para experiências de compra mais positivas, impulsionando a digitalização da etapa de checkout das compras.
3. Facilidade de uso do Pix para e-commerce
Uma das poderosas vantagens do Pix para e-commerce (e dos pagamentos em tempo real em geral) é sua facilidade de uso. A partir do aplicativo móvel do banco, basta digitar a chave do destinatário (ou usar um QR Code) e transferir o valor desejado. Essa facilidade de uso significa que o Pix representa uma proporção significativa de todos os pagamentos feitos no Brasil; mês a mês bate novos recordes, tornando-se a forma de pagamento mais utilizada.
Pix para e-commerce: oportunidades para o varejo digital
Desde que foi lançado, o Pix já responde por 11,5% das transações de e-commerce no Brasil – e crescerá ainda mais à medida que novas funcionalidades e possibilidades forem introduzidas, como parcelamento e débito direto. Para o e-commerce, o uso de pagamentos em tempo real traz muitas vantagens – algumas mais típicas do mercado brasileiro, outras que valem para empresas de qualquer lugar do mundo.
4. Eliminação de estorno e fraude de comércio eletrônico
Em comparação com as transações de crédito, os pagamentos em tempo real têm a vantagem de eliminar o risco de fraude e estorno. Consequentemente, os varejistas reduzem o risco de suas transações e agilizam o processo de aprovação de vendas.
5. Público mais amplo
Para os usuários comprarem online no Brasil, eles precisam ter um cartão de crédito ou usar um método de pagamento offline baseado em dinheiro chamado Boleto.
Com o Pix para e-commerce, qualquer pessoa com uma conta simples e saldo agora pode executar uma transação online; como o Pix já tem mais de 120 milhões de usuários, ele cobre a totalidade da população habilitada digitalmente que nenhum outro meio de pagamento alcança.
6. Maior taxa de conversão
O e-commerce brasileiro lida com boletos, um método de pagamento offline baseado em dinheiro. No processo de transação, o lojista precisa bloquear seu estoque na compra via boleto até que o pagamento seja confirmado (o que pode levar vários dias), para que o atendimento possa ocorrer. Estudos indicam que 30% a 50% de todos os boletos emitidos acabam não sendo pagos, impactando negativamente na operação do lojista.
Os cartões de crédito, por outro lado, são um método online; no entanto, por se tratar de uma transação sem cartão e a fraude ser um problema no Brasil, as taxas de aprovação dos bancos estão longe do ideal. Uma transação Pix tem uma taxa de aprovação incrivelmente alta. Também é instantâneo para o comerciante, que tem acesso imediato aos seus fundos.
7. Diminuição dos custos operacionais
O atraso de liquidação no Brasil para transações com cartão de crédito sem parcelamento é de D+30, o que afeta fortemente o fluxo de caixa do lojista e eleva o custo operacional. Por outro lado, uma transação Pix é uma fração do custo de uma transação com cartão e permite aos comerciantes acesso instantâneo aos seus fundos.
O pagamento via boleto gera custos operacionais extras nem sempre medidos pelos comerciantes. Os produtos devem ser reservados antes da confirmação do pagamento, o que pode levar vários dias. Com isso, o varejista deve trabalhar com estoques maiores, exigindo mais capital de giro e aumentando os custos operacionais. A adoção de pagamentos em tempo real elimina a necessidade de reserva de produtos, tornando o negócio mais eficiente.
Nos próximos anos, veremos um forte crescimento no uso do pagamento em tempo real não apenas no varejo, mas nos mais diversos segmentos da economia brasileira.
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