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As lições de inovação de Israel

Por Mateus Almeida

No último mês, tive a oportunidade de participar de uma experiência incrível, a Missão Israel 360. O evento durou 8 dias, e durante este tempo pude mergulhar, juntamente com os outros participantes de 10 outras nacionalidades, na cultura dessa nação, que em poucas décadas passou de uma economia baseada no agro para ser uma “startup nation”, ou seja, uma nação empreendedora, gigante da inovação no mundo.

Mas o que levou um país com pouco mais de 9 milhões de habitantes e menos de 22 mil km² de extensão – muitos deles tomados por deserto – a se tornar uma potência exportadora de tecnologia? 

Um ponto importante é o serviço militar obrigatório. Já bem jovens, homens e mulheres são expostos a responsabilidades e tomadas de decisão ao ingressarem no Exército do país, e alcançam altas patentes com uma idade muito menor do que vemos por aqui. Por exemplo, em geral, um general no Brasil tem mais de 60 anos, enquanto em Israel alguém pode chegar a esse lugar com apenas 45 anos. 

A obrigatoriedade de permanência é de 3 anos, período em que todos os jovens têm que estudar, e muitos deles escolhem estudar na área de tecnologia. Quando saem de lá, já são uma mão de obra cobiçada pelas big techs do mundo: Meta, Google, Tesla, etc., e costumam iniciar a carreira com salários dignos de executivos brasileiros. Tudo isso devido à experiência de gerenciamento valiosa que a carreira militar proporciona.

A cultura de inovação é muito presente e, muitas vezes, no caminho para realizar uma boa ideia, surge uma nova ideia ainda mais importante. Um exemplo: ao perceber que os altos investimentos em propaganda de massa traziam pouco retorno em vendas, empresários do ramo do varejo identificaram uma oportunidade de investir em um modelo digital de advertising no próprio ponto de venda (varejo). A solução se constitui em instalar mini-TVs nas próprias gôndolas dos supermercados (segundo estudo da Nielsen, 70% dos consumidores decidem o que comprar quando estão de frente para a gôndola), ofertando espaços de mídia digital e propagandas em mini-clipes que explicassem o diferencial de seus produtos, sempre posicionados próximo de onde estes produtos estão e em aparelhos de consulta de preço. 

A partir disso, surgiu uma nova questão: como manter todos esses aparelhos ligados por várias horas sem a necessidade de recargas ou ligação direta na energia elétrica? Todas as opções disponíveis gerariam barreiras para penetração da solução no mercado. Então, a partir dessa dor, foi desenvolvido um método de carregamento sem fio, que converteu o sistema de wifi que conhecemos para internet em um sistema que emite ondas magnéticas para efetuar essa recarga.

Os israelenses se orgulham de ser ousados e confiantes, ou, como eles dizem, ter “chutzpah”. Gostam de trabalhar orientados por metas, com projetos rigorosos e organizados em tarefas. Essa cultura gera soluções surpreendentes. Os israelenses são calorosos no seu jeito de se relacionar, mas ao mesmo tempo são sempre diretos quando querem comunicar sua mensagem. 

Um grande exemplo de inovação e disrupção tecnológica israelense é o sistema de defesa batizado de Iron Dome, que protege o espaço aéreo do país por meio de mísseis teleguiados e, segundo as autoridades israelenses, consegue bloquear 90% dos mísseis disparados.

Para criar tal solução, Israel convocou um grupo de engenheiros e oficiais do Exército e expôs a necessidade de desenvolver um sistema de defesa que fosse capaz de eliminar um míssil ainda no ar. 

O grupo então utilizou metodologias ágeis e formou-se uma squad onde a opinião de todos tinha o mesmo peso, rompendo com a rígida hierarquia da cultura militar em prol do objetivo final. A ideia era desenvolver esta solução em 6 meses, vejam o nível de dificuldade: tempo curto e recursos financeiros escassos. 

O sistema exigia um nível de precisão excepcional, para que fosse atingido o trigger do morteiro e não outra parte. A equipe tentou desenvolver dentro de casa um chip capaz de teleguiar o míssel com essa exatidão, mas nada dava certo, até que um dos membros da squad teve um insight enquanto brincava com o carrinho de controle remoto do filho.

Ele percebeu que o mesmo sistema que controlava à distância o curso do brinquedo poderia ser a solução que buscavam. Levou então o chip do carrinho para o laboratório, confirmou que atendia as necessidades do projeto e, a partir daí, encomendaram milhares de carrinhos da China para utilizar na fabricação de seus mísseis teleguiados.

O e-commerce é o 2º setor com maior número de empresas entre as high tech de Israel, e certamente nosso mercado pode e deve beber dessa fonte incorporando importantes lições como o alto investimento em educação, o pragmatismo, a capacidade de manter a mente aberta para múltiplas ideias e o olhar atento para perceber como a tecnologia aplicada a uma determinada área pode servir a outras antes impensadas de maneira revolucionária!

 

*Mateus Almeida é Diretor de Client Success B2B na Infracommerce.

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