Assim foi a NRF de 2023, realista, consciente e olhando para os reais desafios que encontraremos nos próximos anos dentro do varejo.
A fala que agrega, e traz de fato as reflexões mais profundas, não está em pensar qual será a próxima grande invenção no mundo, mais, sim, em como seremos eficientes e diferenciados com nossos consumidores em um momento em que o mundo traz um pano de fundo tão complexo. Inflação das grandes economias, impactos ambientais, descentralização digital, migração em alta, criatividade sintética (AI), foram alguns dos pontos destacados no painel de Andrea Bells, VP de Customer Insights da WGSN.
As oportunidades estarão nos businesses que se correlacionarem com esses fatores. Solucionar ou contribuir para a solução desses temas só se torna efetivo uma vez que você conheça a fundo a comunidade com quem está se relacionando. Andrea ainda provocou, colocando no ringue da disputa pela audiência das redes sociais que até 2025 essas redes não serão mais tão sociais assim. As pessoas trocam pouco a pouco a interação pelo entretenimento, o TikTok, que pensamos estar na mira do Instagram, na verdade se colocará cada vez mais como um concorrente dos streamings, Netflix e outros terão de lidar com essa concorrência batendo à porta.
Ainda falando sobre tendências, puxamos a linha do tempo um pouco mais para perto e mergulhamos na palestra de Rachel Dalton, head de insights de varejo da Kantar, que falou dos grandes temas para 2023. Para o varejo digital, boas notícias! O crescimento e o ganho de share no mercado devido às mudanças no comportamento de compra do consumidor irão se perpetuar ao longo do ano, mas em um contexto de novos temas desafiadores:
- Shopper reset – varejistas terão o desafio de se adaptarem à nova realidade macroeconômica e de criar uma relação de lealdade com seus consumidores;
- Managing contradictions – o varejo estará gerenciando demandas contraditórias: investir para competir com mão de obra imprevisível, estoque e gastos do comprador enquanto ainda gera as margens mais altas que as partes interessadas exigem;
- Digital playground – o mundo digital continuará a se expandir rapidamente em novas áreas de varejo, dados, AI, automação, entretenimento, pagamentos, avançará o discovering das marcas por vendas no metaverso;
- New social contract – o novo cenário da mudança cultural, aponta para comportamentos como mais acordos e transparência, criando um novo “contrato social” que abrange dados, sustentabilidade, justiça social e privacidade;
- Share of life – o varejo estará muito além do relacionamento transacional normal, integrando-se aos estilos de vida dos compradores para aumentar o engajamento.
E, por fim, não poderia deixar de destacar uma conquista bastante importante que parece não ter volta, as mulheres vão ocupar seus lugares, o empoderamento feminino e a busca por esse equilíbrio nas companhias se mostram cada vez mais genuínos, vimos muitas palestras lideradas por mulheres, e o tema foi posto à mesa com urgência. Finalmente, o chairmain caminha para um futuro promissor, com sua ortografia empregada corretamente.